sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A redundância do ovo

Desde os tempos em que mastigava as carcaças com ovo mexido enroladas num alumínio que levava para a praia, com alface, em que prensava o pão da carcaça borrachóide com os incisivos mal alinhados num acto sem grande prazer mas a minha mãe dizia que a proteína do ovo far-me-ia bem aos olhos e de facto só tenho 3 dioptrias de miopia, as prudentes indicações, Não deixes a sandes ao sol, ou , Come isso até 4ª feira,
desde esses tempos primordiais, dizia eu, que tenho respeito pelos ovos e gemadas (as claras em castelo, essas, aparentam ser sempre poéticas e inofensivas).
Vivemos de facto na sombra de determinados receios, o mais das vezes mal estudados. Como uma avó que não liga a televisão por ter medo que se estrague e passa uma velhice confrontada, de olhos de catarata, com o negro do ecran convexo.

Quanto tempo, afinal, duram os ovos e qual o melhor método de os conservar sãos?

Há vários métodos de avaliar a duração de um ovo, uns mais científicos que outros - o que me levanta dúvidas acerca da validade do viver cegamente através da ciência, isto é, sem espaço para a subjectividade, para a não-análise, enfim, o corporal não tortuoso - que são:
1) observar a data de validade da caixa dos ovos, caso se tenha conservado a mesma, por alguma razão de loucura metódica;
2) ao partir a casca do ovo, certificar-se de que a gema sai redonda, incólume, qual teta de silicone. Este método causa dificuldades acrescidas a quem tem unhas grandes, pois pode-se lesionar a gema durante o acto de rotura da casca, o que leva a confusões semânticas;
3) se o objectivo for cozer o ovo, dever-se-á avaliar se o mesmo boia durante a fervura ou se permanece afundado. Se se tratar de um ovo idoso, à partida apresentará gases no seu interior (butano e bufano, essencialmente) e então boiará (o mesmo se verifica nas pessoas se por acaso as mandasseis para o Tejo) . O melhor a fazer nessas situações, independentemente do dia da semana a que nos encontremos, é: não ingerir o ovo.

Porém, caso a fome seja negra, diria que até 3 meses após do final do prazo anunciado, o ovo é comestível. Nesse caso, no entanto, sugiro a utilização de um protector gástrico.

Como conservação, pelo sim pelo não, metam-nos no frigorífico. Para aqueles que carecem de espaço refrigerado, não os metam no frigorífico, é-me indiferente.

1 comentário:

lenynha disse...

Tenho visto muitos artigos sobre ovos... Desde qualidade, frescura, conservação e até o relato de toda uma viagem até que chegue ao supermercado, mas nada me indica ate quantos dias antes do fim da data impressa na embalagem eles podem estar à venda. Por exemplo, se a data de validade for de 28 ainda é seguro comprar no dia 27, ou é mesmo permitido que estejam à venda?