segunda-feira, 13 de abril de 2009

Acerca de boleias

Sempre que dois passageiros recebem boleia de um condutor de um automóvel de três portas, para que por sua vez os deixe nos respectivos destinos, e quantas vezes não saltam as pessoas de destino para destino como quem apanha diferentes autocarros a caminho do emprego, mas como dizia, perante a decisão de distribuir os passageiros pelo automóvel surge uma certa cerimónia facilmente resolvida pela ordem de evacuação. Assim, em noventa e sete por cento das vezes, o passageiro que chegará ao seu destino mais cedo vê o lugar da frente atribuído à sua pessoa, ao passo que o segundo, aquele que se encontra mais perto do destino final do condutor, se vê renegado ao banco de trás. Esta é uma decisão o mais das vezes unânime por estar aparentemente assente numa lógica.
Mas, vejamos, a não ser que o segundo passageiro, após largado o primeiro, se resigne ao banco traseiro, e, como consequência, deixe o condutor na humilhante posição de chaffeur (indigno apenas se não forem pagos quaisquer honorários ao mesmo), o que por isso mesmo consitui uma opção rara, o número de vezes em que o mecanismo das costas do respectivo banco é accionado, para o deslocar para a frente e para trás, é o mesmo, quer o passageiro da frente saia mais cedo do carro que o de trás ou não.
Conclui-se então ser absurdo usar esse raciocínio para definir a distribuição de lugares num veículo ligeiro de três portas.

1 comentário:

Bobe disse...

eu recomendo o par ou impar